Djuena Tikuna “os cantos da onça que pula no rio” Filha de Nutchametüku e Totchimaüna, nasceu no Alto Solimões, na fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia, na aldeia Umariaçu II. Em 2017 a artista fez história ao tornar-se a primeira indígena a produzir e protagonizar um espetáculo musical no Teatro Amazonas, em mais de 120 anos de existência do local, onde lançou o álbum Tchautchiüãne, indicado ao Indigenous Music Awards, a maior premiação da música indígena mundial. Djuena Tikuna é uma das pioneiras em interpretar o hino nacional do Brasil, em língua materna, com o qual se apresentou na abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e, enquanto artista ativista, participou de campanhas musicais como “Amazônia” e “Demarcação Já”, obras coletivas marcantes na recente história da música brasileira, que uniu a voz de Djuena Tikuna às vozes de Maria Betânia, Gilberto Gil, Elza Soares, Ney Matogrosso, entre outras. Djuena Tikuna é a primeira jornalista indígena formada no Amazonas e também documentarista com o olhar voltado para a musicalidade dos povos originários. Como produtora cultural, realizou no ano de 2018 a primeira Mostra de Música Indígena – WIYAE, demarcando a cultura indígena no Estado do Amazonas. No ano seguinte, Djuena Tikuna foi uma das artistas convidadas para o Sonora Brasil, o maior projeto de circulação nacional promovido pelo SESC. Nesse mesmo ano a artista ainda lançou seu segundo trabalho autoral “Wiyaegü”, com o qual realizou uma turnê na Europa, nas cidades de Paris, Amsterdã, Bruxelas e Viena, onde divulgou a musicalidade indígena através de shows, oficinas culturais e palestras. Durante a pandemia do Covid 19 a artista se conectou à diversas atividades e campanhas para contribuir com as famílias indígenas em situação de vulnerabilidade em virtude do isolamento social. Em agosto de 2022, lançou no palco do Teatro Amazonas a obra Torü Wiyaegü, composta por um livro, um álbum e um curtametragem, patrocinados pelo edital Natura Musical e pela GIZ – Agência Alemã de Cooperação Internacional, com o apoio cultural do Museu Magüta, o primeiro museu indígena do país, pertencente ao povo Tikuna. Em março de 2023, Djuena Tikuna faz parte do memorável concerto “We are the Forest” realizado no Teatro Amazonas, ao lado da Orquestra do Massachusetts Institute of Technology, dos Estados Unidos. O mesmo concerto se repete nos E.U.A no mês seguinte. Em abril de 2023, em São Paulo, Djuena realiza o lançamento nacional do seu último trabalho – Torü Wiyaegü – em um Teatro Anchieta com casa cheia para ouvir os cantos Tikuna. Na mesma semana, ao lado da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí sob a regência do maestro Emanuele Baldini, foi a primeira cantora indígena a apresentar seus cantos em língua materna na prestigiosa Sala São Paulo, templo da música erudita e o mais importante espaço de concertos da América Latina. Ainda em abril de 2023, Djuena interpreta o Hino Nacional Brasileiro em língua Tikuna no Congresso Nacional, em Brasília, durante sessão em Homenagem ao 19ª Acampamento Terra Livre, principal evento do calendário de lutas do movimento indígena que acontece todos os anos na Esplanada dos Ministérios.